Mundo de ficçãoIniciar sessão"Uma garota que apenas desejava ser curandeira. Mas, um deus, um imperador e uma voz misteriosos tinham outros planos para ela." Mira é uma jovem que vive em um vilarejo comum. No entanto, tudo muda quando sua mãe é sequestrada por um homem que alega conhece-la. Desse modo, ela e sua amiga Kendra embarcam em uma aventura em um mundo cheio de magia e beleza. Porem, o verdadeiro inimigo está a espreita ele não é um simples homem e sim, a Morte.
Ler maisO sol raiava quando Alice Collins entrou no templo e se ajoelhou diante da estátua de Eluin. O rosto esculpido em ouro fazia parecer que o deus da cura a encarava. Ela contemplou os cabelos curtos moldados no metal dourado e a túnica que lhe caia pelos ombros como se ele realmente estivesse ali. Depois acendeu as velas azuis diante da estátua, a longa trança rubra deslizou em seu ombro direito tocando o vestido azul-marinho e se acentuou sobre os joelhos dobrados. O cheiro de Aloe Vera no local a acalmava.
A mulher orou a Eluin, pedindo que o deus a auxiliasse em seu papel como curandeira da vila, para sanar os doentes do dia, ou ao menos, caso não fosse possível, que ele a guiasse em suas palavras de conforto para os corações dos que ficavam.
Alice piscou algumas vezes incomodada com algum suposto barulho, sentiu o vento mover o tecido que a cobria, mas não ouvira mais nada. Fitou novamente a imagem áurea e se lembrou de uma história antiga, que sua mãe lhe contava quando a inocência ainda cobria seus olhos infantis, sobre o surgimento dos sacerdotes no mundo e sobre como eles foram extintos. Fechou os olhos e pôde ouvir a voz da mãe embalando seu sono.
“Sete Deuses, Diax, sua esposa Lunits, e seus filhos: Eluin, Tunian, Páris, Auritem e Temenis. Todos responsáveis pela origem das criaturas.
Algumas pessoas nasceram com o dom de sentir a energia da Floresta de Pérolas, o lar sagrado dos deuses, e usá-la para o bem. Elas foram chamadas de sacerdotes.
No entanto, Eluin não se agradou com esta criação, ele acreditava que se existia um deus para cura e outro para natureza, seres tão comuns não deviam servir a este propósito. Lunits em sua sabedoria, sorria para o filho a cada maldizer, afirmando que nada ocorria por acaso.
Outro Deus compartilhava os mesmos ideais de Eluin sobre os sacerdotes. Temenis, o mais jovem, cansado de viver sob a sombra dos irmãos e odiado pelos mortais, costumava caminhar disfarçado entre eles aproveitando suas companhias, no entanto, o jovem não se conformava com o medo que todos, exceto os elfos e fadas tinham da morte. Enquanto os irmãos eram adorados, ele recebia dos mortais apenas terror.
Desse modo, consumido pela raiva, tomado de inveja e ódio, Temenis voltou-se contra os outros deuses, usando a energia na Floresta Sagrada a seu favor. Ele aprisionou a todos, exceto Eluin, que por ser seu oposto, não podia ser preso pelo poder da morte.
Ambos lutaram por dias e noites, até o mais velho vencer e conseguir aprisionar o irmão também. Porém ele chegara tarde demais; a floresta estava morrendo e com os deuses presos, nada podia ser feito. Era necessário um sacerdote, mas o mais jovem era cruel e vil, e assassinou cada um que havia no mundo.
Sem esperanças, o deus da cura esperou pelo fim. Com a morte daquilo que originou tudo, toda a vida do mundo desapareceria. E no fim, só os deuses restariam.
Eluin nunca se sentira tão impotente em toda sua longa vida, porém séculos depois, um fio de esperança surgiu. O deus pôde sentir uma vida nascendo e não era qualquer uma, teve certeza que sentira nascer uma nova sacerdotisa. Era irônico como a última esperança estava em uma espécie que ele tanto odiara.”
Alice saiu de seu transe. A mulher ainda tinha esperança que os deuses poderiam um dia andar novamente sobre a terra e que o mundo seria salvo. Talvez o último sacerdote estivesse mais perto do que ela imaginava. Pensou na filha e no mesmo instante cerrou os punhos, temendo a possibilidade da menina ser a última sacerdotisa existente. E os perigos que isso trariam a ela.
— Você é Alice Collins? — perguntou uma voz profunda e grossa.
Atrás dela havia um grupo de homens de armadura negra, ao lado de criaturas enormes parecidas com lobos de olhos brancos. A pelagem preta que oscilava para a cinza chamou sua atenção, as garras e dentes prateados eram tão imponentes quanto as patas conectadas com luzes azuis.
— O que vocês querem? — Questionou a mulher com o maxilar tensionado.
— Por ordem do Imperador, você será levada.
— Levada? Sob qual acusação? — indagou séria. Não podia demonstrar medo. Mesmo que seu coração batesse acelerado ao ver tais criaturas estranhas.
Os guardas não responderam. Ela tentou lutar, mas foi em vão. Eles eram fortes. A levaram até uma carruagem negra puxada por cavalos da mesma cor. Lá dentro havia um homem esguio, cabelos prateados, tais como as presas das feras. As roupas finas e negras com detalhes dourados e a máscara da mesma cor destacavam os profundos olhos flavecentes do desconhecido.
— Bom dia Senhorita Collins, é um prazer conhecê-la. — disse ele fazendo uma leve reverência com a cabeça. — Eu sou o Imperador e não pretendo lhe fazer nenhum mal.
— O que quer comigo? — Alice respondeu com o queixo erguido, encarando o Imperador com petulância.
— Não se preocupe. Você é apenas uma isca para a sua filha.
— Mira? Por que? — Tentou avançar, mas os guardas a impediram — Não ouse...
— Fique tranquila. Eu não irei encostar um único dedo nela. Ela virá até mim por livre e espontânea vontade. Afinal, a família sempre deve ficar unida. — O homem sorriu e movimentou os dedos, uma ordem silenciosa para que seguissem viagem.
Alice pensou sobre a filha adotiva. Seu amigo Liam contara coisas sobre o passado dela. Sobre o fato de Mira ser especial, sobre alguém a estar procurando.
Ele também lhe contou sobre alguém estar as observando, o Imperador prestando atenção nas ações do homem. Esse alguém poderia vir em auxílio à garota no momento de necessidade.
A mulher encarou a vila que estava sendo deixada para trás, esperando que essa tal pessoa pudesse ajudar sua criança.
A atmosfera do mundo férico era diferente do que Kendra conhecia. Ela pensava que havia se acostumado mas, a sensação que as ruínas antigas lhe passavam era de uma magia antiga que ela não entendia e que nunca teria controle. Mesmo que estivessem envoltas em uma névoa poderosa, seu poder ainda podia ser sentido. O vento forte quase derrubou ela e Dylan e ele a segurou para que Kendra não caisse. Ela segurou o colar de runa férica contra o peito. A rainha Elora disse que seria desafiador, que nem ela adentrava tais domínios antigos. E agora, Kendra entendia o porque. Ela e Dylan atravessaram aquele vendaval, com passos calculados. Kendra criou uma proteção de vento ao redor deles porém, ela quase cedia de tão forte a força inimiga. —Eles não não querem aqui. - Ela disse a Dylan, cerrando os dentes. —Não temos outra escolha. - Ele respondeu finalmente, quando conseguiram atravessar a barreira. Com a névoa dispersa, o local poderia ser visto mais claramente. As ruínas antigas ainda
100 anos atrás Chovia naquela noite nos reinos dos anões, a mulher estava sentada no chão, seus olhos azuis fitando o nada. As gotas caiam em sua pele fazendo suas feridas arderem debaixo das roupas mautrapilhas.Seus cabelos loiros e desgrenhados caíram em seus olhos quando ela percebeu alguém se aproximar. Mérile tirou os fios da frente da sua visão para observar melhor. Ela não poderia se aproximar, estava acorrentada lá fora como punição pela sua insubordinação.O homem tinha a pele negra, os cabelos eram crespos e loiros e seus olhos, roxos como ametistas. Ele cobria a cabeça com um manto laranja e se aproximou dela com cuidado.—Quem é você? - Mérile perguntou olhando para cima.—Sou aquele que veio acabar com essa escravidão. - O homem disse sério.—Por quê? - ela perguntou simplesmente.—Primeiro, porque é o que meu mestre deseja. Segundo, nunca aceitei a escravidão. - Ele disse sem sorrir.E puxando a espada, que brilhava em tons laranjas, o homem cortou as correntes dela e
Mira pensava que a estranheza na energia de Orrio era devido a influência de Temenis. Porém, após a saída de seus aliados, aquele sentimento permanecia. E tudo ficou mais claro ao notar o estado em que Mirelle estava.Ela pensou que a caçadora ficaria bem. No entanto, quando ela saiu a mesmo pela janela. Mira sabia que havia algo muito pior acontecendo ali.—Vá atrás dela, eu aviso meu irmão e vossa santidade. Acho que a senhorita pode lidar melhor com a situação.- Agatha disse, se apressando em cumprir o seu papel. Mira seguiu Mirelle que ignorava os seus chamados. A caçadora andava rapidamente e por sorte, ela também era rápida. Elas passaram pelas pessoas, que se incomodavam quando Mirelle esbarrava nelas. Mira se desculpava logo após mas, sem perder a outra de vista. Logo a cidade foi sendo deixada para trás enquanto a floresta tomava o seu lugar. Ali, Mira pôde sentir a energia da Floresta mais próxima de si. Ela pediu auxílio a ela, sobre o que deveria ser feito nessa situaç
Sangue escorria pelas mãos dela, pelos seus dedos, pela a sua roupa. Mirelle tremeu, ela não queria fazer aquilo, por que ela deveria fazer?Os olhos frios e alaranjados de sua mãe lhe vieram a mente. Um olhar que a ameaçava caso não fizesse o que lhe era ordenado.E por isso, Mirelle tinha sangue nas mãos. Sangue de muitos que a olhavam com medo, pedindo piedade, misericórdia. E mesmo que suas mãos tremessem. Ela o fazia, ela os atacava até que não pudesse ser ouvido nenhuma respiração além da dela. Por que o seu medo era maior que tudo.Mesmo assim, os olhos amarelos do príncipe dos lobisomens, Casius, ainda a assombravam. Os olhos que ficaram sem vida quando ela o prendeu com suas cordas enfeitiçadas e o matou. Ele implorava com o olhar mas, Mirelle não podia hesitar. Era ele ou ela. E então, ela o esfaqueou. Casius já estava bêbado devido à festa, ele se sentia seguro em sua propia casa. Seus guardas estavam bêbados, eles não desconfiaram de uma menina magra como ela. Mirelle a
Agatha não sabia quando adormeceu, apenas soube que caiu em um sono profundo. E de alguma maneira, ela sabia que era ele quem a chamava O sussurro da morte a chamava mas, não a convidava para o mesma. Era apenas uma aproximação e não uma ameaça. Ela estava em uma floresta, provavelmente a floresta sagrada. Mas, em uma parte corrompida dela. Algo em seu interior se incomodou com aquilo, não é algo que devia acontecer. Porém, seu incômodo foi esquecido momentaneamente pela presença de um homem. Não, um Deus. Quando Agatha o viu, ela pensou que encontraria um Deus sombrio. Alguém que a faria tremer e ajoelhar implorando para que não a matasse.Mas ao invés disso, ela encontrou um homem que parecia tão comum como ela. Um homem quebrado por ser evitado e não compreendido.Temenis era esguio e alto, um homem magro e altivo. A pele alaranjada dele, se destacava em meio a escuridão daquele floresta. Onde, apenas ele era tocado pelo sol.A barra da túnica preta arrastou no chão quando ele
Mira segurou Kendra enquanto Eluin segurou Dylan. As marcas no peito de ambos, brilhavam como uma chama de fogo viva e pelo modo que gritavam, ela tinha certeza de que queimavam também.Mira se concentrou e a água surgiu de suas mãos, a água era a limpeza e a cura e foi isso que ela tentou fazer com seus irmãos. E ela soube que funcionou quando ambos suspiraram de alívio."Melhorou?" Mira perguntou, analisando as marcas juntamente com Eluin e Elora.A Sacerdotisa pegou na mão de cada um e deu um sorriso triste.—Eu sei que acabamos de nos reencontrar mas, infelizmente é preciso nos separarmos. Essa marca não pode esperar.Kendra a abraçou com lágrimas nos olhos, mesmo tonta, ela conseguiu dar alguns passos para abraçar a sua amiga.—Eu queria poder ficar por mais tempo. - Disse a abraçando, enquanto observava que Mira também chorava. —Eu também mas, o destino não permite. Agora, cada uma de nós tem uma missão. Mas, eu sinto que nos reencontraremos, Kedy. Só de te ver viva na minha f
Último capítulo