79. Uma luz.
Desci os degraus da torre de Arpid com o coração acelerado e a mente em chamas. O pergaminho com a runa ainda queimava em minhas mãos, mesmo que estivesse frio ao toque. Algo dentro de mim reagia a ele — talvez o colar, talvez algo mais profundo, algo que eu ainda não entendia. Mas uma coisa era certa: não podia mais ignorar a urgência de tudo que acontecia ao nosso redor.
As primeiras luzes da manhã já douravam os telhados da cidade quando atravessei as ruas silenciosas. O cheiro de pão recém-assado se misturava ao da terra úmida, e por um momento tudo pareceu absurdamente comum. Como se o mundo não estivesse à beira de um abismo.
Empurrei devagar a porta de entrada da casa Norton. O interior ainda estava em penumbra, exceto por um feixe de luz que escapava entre as cortinas mal fechadas. Noctis continuava deitado, mas acordado. Ele se levantou e veio até mim.
— Você saiu c