47. Três dias depois.
As sombras da tarde já se estendiam pelos corredores da casa Norton quando chamei Jenevive para caminhar comigo até o pequeno jardim nos fundos.
Nossos filhos estavam, cada qual em seus afazeres. Era o momento perfeito para conversar sem ouvidos curiosos por perto.
O ar estava fresco, carregado do perfume de lavanda e rosas, enquanto o som distante da cidade misturava-se ao farfalhar das folhas.
Jenevive caminhava ao meu lado, elegante e serena como sempre, mas lançou-me um olhar de preocupação.
Ela sabia que algo me afligia — não era fácil esconder qualquer coisa dela, além disso minhas olheiras profundas me entregavam.
Paramos perto do velho carvalho, onde a sombra era mais acolhedora.
Ela cruzou os braços, esperando que eu falasse.
Eu respirei fundo, escolhendo as palavras com cuidado.
— Jene… — comecei, a voz mais grave que o normal. — Preciso fazer uma viagem.
Ela arqueou uma sobrancelha, esperando que eu continuasse.
— De novo? — disse, com suavidade, mas h