46. Biblioteca.

De volta em casa, fui direto para meu escritório.

Na minha mesa, o cheiro de pergaminho, tinta e madeira polida era reconfortante, mas hoje havia um peso sobre meus ombros difícil de ignorar.

Peguei uma folha fina e comecei a escrever.

Minhas mãos, embora firmes, carregavam a urgência que eu sentia no peito.

As palavras fluíam com cuidado, cada letra desenhada como se guardasse um segredo.

Era necessário. Essa carta não poderia ser lida por qualquer um — apenas Lucius, meu velho amigo, entenderia a gravidade do que estava acontecendo.

Quando terminei, fechei os olhos por um momento, refletindo sobre o que estava prestes a fazer.

Confessar que algo poderoso, perdido nas areias do tempo, agora circulava em nossas mãos…

Era mais perigoso do que parecia.

Que o rei Lucius compreendesse, e nos ajudasse, era uma esperança — talvez a única.

Selando a carta com cera azul e meu anel da antiga ordem, chamei um jovem mensageiro de confiança.

Um rapaz discreto, com olhos aten
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