Ponto de vista de Analisa
Meu corpo era um estilhaço de dor e luz.
Então, as visões começaram — não como memórias minhas, mas como um arrastar brutal pelas entranhas do próprio tempo.
Vi a mulher.
Primeiro um vulto, depois uma presença impossível de ignorar.
Seus cabelos eram como fios de ouro vivo.
Seus olhos, um era azul, o outro dourado como o ouro de seus cabelos.
Sua pele, branca como pedra lunar, refletia o fogo das primeiras fogueiras humanas.
Ela não era uma de nós. Nunca foi.
E no entanto, caminhava entre nós.
Mas ela não estava sozinha.
Sempre ao seu lado, como sua sombra viva, havia ele.
Um homem de presença esmagadora.
Pele tão pálida quanto a dela, mas cabelos negros, profundos como uma noite sem estrelas, movendo-se como se fossem feitos de sombras líquidas.
Seus olhos — ambos negros, sem reflexo, como abismos insondáveis — absorviam tudo ao redor.
Alto, de traços finos, quase etéreos em sua beleza fria, e ainda assim indiscutivelmente masculino, sólido co