Trabalhar ao lado de Léo era um desafio que eu nunca imaginei que enfrentaria novamente. Quando entrei na sala de reuniões, sentia um peso no peito. Tinha passado a noite em claro, revivendo memórias que deveriam permanecer enterradas. Mas lá estava ele, atravessando a porta com aquele mesmo sorriso casual que um dia já me desarmou.
— Bom dia — ele disse, como se não houvesse anos de distância entre nós.
Eu levantei os olhos, tentando me manter indiferente.
— Bom dia — respondi, voltando a me concentrar nos relatórios. Não queria dar brechas. Não podia dar.
A presença dele ao meu lado era desconfortável. Mesmo mantendo uma distância respeitosa, ele estava perto o suficiente para que eu sentisse o perfume que eu conhecia bem. Fiquei presa em um instante, tentando ignorar a onda de lembranças que aquilo trouxe.
Quando Marta entrou na sala, respirei aliviada. Sua energia enérgica rapidamente preencheu o espaço.
— Precisamos revisar juntos a proposta para a apresentação de amanhã — disse