Léo
Trabalhar ao lado de Ana era um desafio que eu nunca achei que enfrentaria novamente. Quando entrei na sala de reuniões e a vi sentada ali, revisando alguns relatórios, meu coração deu um salto. Ela estava tão concentrada, tão alheia à minha presença, que quase parecia inalcançável. Mas eu estava decidido. Decidido a não cometer os mesmos erros, a não deixar o passado ser a única história entre nós.
— Bom dia — disse, tentando soar casual.
Ela levantou os olhos rapidamente, sem muito entusiasmo.
— Bom dia — respondeu, voltando a se concentrar nos papéis à sua frente.
Eu me sentei ao lado dela, mantendo uma distância respeitosa, mas perto o suficiente para sentir o perfume que ela usava. Era o mesmo de anos atrás, e, por um momento, fui transportado para outra época. Uma época em que tudo entre nós parecia possível.
Marta entrou em seguida. Ela nos olhou e vi o julgamento em seus olhos. Eu a conheço bem.
— Precisamos revisar juntos a proposta para a apresentação de amanhã — disse,