O cheiro do café fresco enchia o ar da varanda, misturando-se com a brisa suave que vinha do mar. Elena estava sentada à minha frente, seus dedos envoltos em torno da xícara, seus olhos perdidos no horizonte. Ela parecia calma, mas eu conhecia aquela expressão. Era o tipo de quietude que vinha antes de uma tempestade. Eu queria perguntar o que estava passando pela cabeça dela, mas antes que eu pudesse dizer algo, meu telefone vibrou sobre a mesa.
Olhei para a tela. Era Matia, meu irmão mais novo. Ele não ligava a menos que fosse algo importante. Atendi, mantendo a voz baixa.
— Fala.
— Luca, preciso falar com você. Agora. — A voz dele estava tensa, quase urgente.
— Onde você está? — perguntei, já sentindo o peso daquela ligação.
— Estou na frente da casa. Posso subir?
Olhei para Elena, que agora estava me observando com uma sobrancelha levantada. Ela sabia que algo estava acontecendo. Eu balancei a cabeça, dando a ela um sinal de que estava tudo bem, mas ela não parecia convencida