A manhã estava silenciosa na ala que agora chamava de minha. O cheiro do café fresco se misturava ao aroma salgado do mar, invadindo a ampla cozinha privativa. Eu estava sozinha. Luca havia saído cedo, sem me acordar, e o espaço que ele deixara na cama ainda estava quente quando despertei. Peguei minha xícara, apreciando o calor reconfortante entre os dedos, e fui até a varanda.
A vista dali era deslumbrante. O sol nascia no horizonte, tingindo as águas do Mediterrâneo com tons dourados e alaranjados. O vento soprava suave, agitando meus cabelos enquanto eu respirava fundo. Eu precisava me acostumar com essa nova realidade, com essa nova vida. Mas ainda me sentia um peixe fora d'água.
O som do elevador se abrindo me tirou dos meus devaneios. Virei-me e vi Pietro entrando no espaço, sua expressão neutra, mas os olhos avaliadores como sempre. Ele não era um homem de muitas palavras, mas sua presença sempre parecia dominar qualquer ambiente.
— Bom dia — ele disse simplesmente, inclinando