Sthephania se apaixonou por Matteo na universidade, quando ainda tinha apenas 16 anos. Jovem e determinada, insistiu até que ele cedesse, dando início a um romance proibido. Matteo era o irmão mais velho de sua melhor amiga, um rapaz de origem humilde, trabalhador e íntegro. Sua mãe, dedicada e leal, trabalhava há anos para o pai de Sthephania, um homem poderoso e inflexível. Quando a verdade veio à tona, ele não hesitou em impor sua autoridade, separando-os de forma definitiva. O amor deles foi arrancado à força, deixando feridas profundas. A dor da separação, somada a desentendimentos irreparáveis, mentiras cuidadosamente plantadas e intrigas cruéis, tornou a despedida ainda mais amarga. Cinco anos se passaram desde aquela despedida forçada. Agora, de volta ao país, Sthephania se vê novamente diante de Matteo. Mas será que o tempo foi capaz de curar as feridas?
Ler maisEstou saindo do banho quando alguém b**e à porta e, ao atender, me deparo com Catarina.
— O que você quer? — pergunto, sem esconder minha surpresa. — É assim que você recebe sua melhor amiga? — Ela me olha feio e entra sem esperar convite. Suspiro, fechando a porta atrás dela. — Só não estava esperando sua visita. Achei que fosse Melyssa, já que ela esqueceu a chave de novo. Eu preciso me vestir. Você espera até eu... Ela me interrompe. — Você faltou à aula hoje. Queria saber se está tudo bem e trouxe as anotações. Além disso, temos um trabalho para terminar juntos. Você esqueceu? Passo a mão pelos cabelos ainda úmidos e solto um suspiro cansado. — Podemos fazer esse trabalho outro dia. Não estou com cabeça para nada hoje. Meu telefone começa a tocar sobre a mesa da sala. Vou até ele e, ao ver o nome de Phani na tela, ignoro a ligação. — Você quer alguma coisa para beber antes de ir? Catarina cruza os braços e me encara com um beicinho indignado. — Você realmente está me expulsando? — Eu tenho que ir trabalhar daqui a pouco. Preciso me trocar. — Tudo bem, não vou discutir. Mas aceito um café. Adoro quando você prepara. — Ela sorri, tentando amenizar o clima. — Acabei de passar um, vou te trazer um pouco. Sigo para a cozinha e encho uma xícara com o café quente. Quando volto para a sala, encontro Catarina com meu telefone na mão. — O que você está fazendo? — Pergunto, e ela se assusta ao me ver. — Estavam insistindo muito, achei que fosse importante. — Ela me entrega o celular e hesita antes de continuar. — Mas assim que vi quem era, ignorei. Ela é bastante insistente e... — Não quero conversar sobre isso com você. — Entrego a xícara de café a ela, cortando o assunto. Catarina suspira e toma um gole antes de me encarar novamente. — Ok, tudo bem. Não sou a pessoa mais indicada para te aconselhar, ainda mais porque você sabe que nunca gostei dela. Sthephania sempre foi uma fingida, uma patricinha... — Chega, Catarina. Já disse que não vamos conversar sobre ela. Minha voz sai mais alta do que pretendia, e Catarina se assusta, derrubando café em seu vestido. — Droga! — Ela se levanta rapidamente e corre para o banheiro. Solto um suspiro pesado. — Eu sinto muito, não queria... — Está tudo bem! — Ela grita do outro lado da porta. — Deixa que eu lavo seu vestido. Vou te trazer uma roupa. — Seria ótimo. Vou até o meu quarto, pego a primeira camisa que vejo e a entrego para ela através da porta entreaberta. — Vou estar no meu quarto. Preciso me arrumar. Coloque sua roupa na máquina quando terminar. — Ok. Assim que entro no quarto e começo a me vestir, ouço batidas insistentes na porta. Reviro os olhos. — Aposto que agora é Melyssa. — Murmuro para mim mesmo, indo atender. Ao abrir a porta, no entanto, sou surpreendido. — O que você faz aqui? — pergunto, fitando Phani com expressão fechada. Ela me encara, exalando aquele magnetismo natural que sempre me afetou. Seu longo cabelo negro, levemente ondulado, emoldura seu rosto perfeitamente simétrico, realçando os intensos olhos verdes que um dia eu jurei amar. Sua pele clara e impecável, seu porte elegante... — Precisamos conversar. — Ela entra sem esperar convite, como se ainda tivesse esse direito. Fecho a porta e cruzo os braços. — Eu sei que terminamos, mas eu tive um motivo. As notícias que saíram não são verdadeiras e... — Matteo, é a Melyssa? — Catarina aparece de repente, vestindo a camisa que emprestei a ela. Sthephania a observa de cima a baixo e depois volta o olhar para mim. Nos olhos dela, vejo a surpresa e... mágoa? — Vocês... — Sua voz sai quase como um sussurro. Catarina cruza os braços e me encara antes de virar para ela. — O que você faz aqui? — Seu tom é carregado de fúria. — É muita cara de pau sua procurar o Matteo depois do que fez. Eu sempre soube que você não prestava, sempre disse a ele para não se envolver com uma garota mais jovem, ainda mais uma patricinha metida como você. Mas ele não me ouviu. Agora ele pode ver como você é de verdade. Phani solta uma risada amarga. — Patricinha metida? — Ela cruza os braços. — Eu sempre te tratei bem, e olha que você nem merecia. Só te aturava por causa dele. Só porque eu o am… Ela para no meio da frase. Meu coração martela contra o peito. Ela ia dizer que me ama? Não. Com certeza, não. — Só porque eu gostava bastante dele. — Ela corrige, desviando o olhar. — Você nunca me suportou. Mesmo sendo rica, nunca fui esnobe com ninguém, diferente de você. — Você é uma fingida! Dava em cima dele mesmo sabendo que estávamos juntos! Bem na minha frente! Sua... — Muito cuidado com suas palavras. — Olho Phani nos olhos. — Não compare Catarina com você. Phani arregala os olhos, como se tivesse levado um tapa. — Então, para você, tudo bem ela me ofender? Catarina me olha com olhos tristes, quase suplicantes. — Você vê como ela me trata? — Sua voz falha. — Ela nunca gostou de mim. E ainda conseguiu nos afastar. Phani solta uma risada amarga. — Isso só pode ser brincadeira. Você acredita nesse teatrinho barato? Sinto a raiva crescendo novamente. — Acho melhor você ir para o meu quarto e me deixar conversar com ela. Catarina hesita, mas obedece. Phani me encara, incrédula. — De todas as pessoas no mundo, tinha que ser logo ela? Cruzo os braços, encarando-a. — Não fiz nada diferente de você. De todas as pessoas no mundo, você me traiu e ficou noiva logo do Pablo. Ela me olha, chocada. — Eu não estou noiva de ninguém! — Sua voz treme. — Eu vim aqui para me explicar, mas vejo que você me superou rápido. Não se passaram nem duas semanas e já dormiu com aquela… Meu olhar se torna cortante. — Cuidado com o que vai dizer. Phani engole em seco. — Entre nós não existe mais nada. — Minha voz sai fria. — Você não é ninguém para mim. É só mais uma das amiguinhas da minha irmã que quero manter à distância. Agora vá embora. Lágrimas rolam pelo seu rosto. — Ok. — Ela murmura. — Não precisa falar duas vezes. Ela sai sem olhar para trás. A raiva me consome. Chuto a mesa, a cadeira, qualquer coisa que estiver no caminho. Droga! Seu idiota! Por que você fez isso? Mas eu sei a resposta. Eu não tenho por que me sentir culpado. Ela merece isso. Eu sou um idiota por amá-la.《Matteo》 Depois de longas horas entregues ao desejo, tomamos um banho juntos — um daqueles banhos silenciosos, íntimos, em que nenhum dos dois precisa dizer nada, mas tudo é dito através dos toques, dos olhares, do conforto de simplesmente dividir o mesmo espaço. Vestimos roupas leves e seguimos para a cozinha. Acabamos optando por algo simples: macarrão ao molho branco. Rápido, prático… e, de algum modo, familiar. Enquanto a água fervia e o cheiro do alho dourando invadia o ambiente, nos movíamos em sintonia. Sthephania cortava os ingredientes enquanto eu mexia o molho no fogo. Ríamos de coisas pequenas. Estávamos bem. Ou quase. Depois do jantar, lavamos a louça juntos em silêncio. A tensão que antes se escondia sob os beijos agora pairava entre nós, mais densa, mais presente. Eu sentia que algo precisava ser dito. Mas não sabia por onde começar. Foi ela quem tomou a dianteira. Já na sala, sentamos lado a lado no sofá. As luzes estavam baixas, ap
《Matteo》 Chegamos ao meu apartamento no início da noite e fomos direto para a cozinha, onde Sthephania me ajudou a organizar as compras, separando apenas os ingredientes que usaríamos no jantar. — Se quiser tomar um banho e vestir algo mais confortável, fique à vontade — digo, encostado na bancada da cozinha, meus olhos descendo pelo corpo dela até pararem no terno que veste. A peça realça suas curvas de um jeito que beira o torturante. Sexy. Elegante. Provocante. Ela solta um sorriso leve, daquele tipo que me desmonta por dentro. — Acho uma boa ideia — responde, caminhando até a sala enquanto tira o blazer e o deixa cair preguiçosamente sobre o encosto do sofá. Sigo logo atrás, hipnotizado, observando-a apenas com a blusa social branca colada ao corpo. Ela se vira, percebendo meu olhar. — Por que está me olhando assim? — pergunta, erguendo uma sobrancelha, divertida. — Até parece que não sabe — respondo, me aproximando e puxando-a pela cintur
《Sthephania 》Acabamos pedindo comida no escritório. A rotina estava tão intensa que sair para almoçar era inviável. Humberto sugeriu que comêssemos ali mesmo, já que ele precisava me passar todos os detalhes dos projetos em desenvolvimento antes de sua saída. Ele permaneceu comigo até o fim do expediente. Era fácil perceber como ele era querido por todos. A equipe da L&V Technology é unida, colaborativa, o tipo de ambiente onde ideias circulam com liberdade e as risadas ecoam entre as estações de trabalho. Todos pareciam sinceramente afeiçoados a ele. Espero que, com o tempo, eu conquiste esse mesmo espaço. Assim que o relógio marca o fim do expediente, somos surpreendidos por uma pequena festa improvisada. Balões surgem de lugares inesperados, uma caixa de doces artesanais é colocada sobre a bancada, e uma playlist suave começa a tocar em uma das caixas Bluetooth do andar. Humberto sorri emocionado, o brilho nos olhos denunciando o quanto aquele c
《Sthephania》 Assim que saí da sala de Matteo, dei de cara com Catarina no corredor. Estava encostada disfarçadamente na parede ao lado da porta, fingindo mexer no celular — mas eu não era idiota. Reconheceria aquele olhar atravessado e o jeito desconcertado de quem foi pega no flagra a quilômetros de distância. Cruzei os braços, deixando escapar um meio sorriso, afiado como uma lâmina. — Se queria entrar, podia ter batido. — minha voz saiu baixa, carregada de ironia. Não resisti ao deboche. Catarina ergueu o queixo, tentando recuperar a pose. — Eu sei que você conseguiu seduzir ele ontem, mas não fique se achando tanto — disparou, com o veneno transbordando por trás de cada sílaba. — Dessa vez não vou permitir que você roube o que é meu. Se depender de mim, você e Matteo nunca ficarão juntos novamente. A raiva dela era quase palpável, como eletricidade no ar. Mas eu não ia recuar. Dei um passo à frente, com calma. — Fico feliz em saber que nada dis
《Hernan》Saí do escritório com o sangue fervendo nas veias, o maxilar travado e os punhos cerrados. Aquele moleque irresponsável passou de todos os limites.Quando chego em casa, mal consigo conter a fúria. A porta se fecha atrás de mim com força, ecoando pelo hall como um trovão.— O que aconteceu, querido? — Victoria surge na sala, descendo as escadas com elegância forçada, os cabelos loiros perfeitamente alinhados em ondas, como se estivesse sempre pronta para um jantar de gala.— Onde é que aquele irresponsável do seu filho se meteu? — cuspo as palavras, ignorando o tom doce.— Pablo está no quarto dele… — Nem deixo que ela termine. Já estou subindo as escadas com passos pesados, o coração martelando no peito como um tambor de guerra.Abro a porta do quarto dele sem bater. E a cena que encontro me dá náuseas.Pablo estava muito além dos beijos com uma das filhas da empregada.— FORA DAQUI! — berro, e a garota sai disparada, assustada, ajeitando
《Cárter》 ■ Dias atuais.... 🗓 ● Escritório....💼 Estava concentrado analisando um contrato complexo, os olhos fixos nas cláusulas mal elaboradas que Jacob havia me alertado, quando o som de vozes exaltadas do lado de fora da minha sala me tirou do foco. Ergui os olhos, franzindo a testa. Reconheci de imediato aquele tom ríspido — Hernan. Logo em seguida, a porta se abriu bruscamente, e ele entrou, visivelmente irritado. — Me desculpa, senhor, eu pedi que ele aguardasse, mas... — Rosário tenta se explicar, visivelmente nervosa. — Tudo bem, Rosário, pode nos deixar. — Apesar de relutante, ela deixa a sala. — Como foi de viagem? — pergunto calmamente, embora minha paciência esteja por um fio. — Muito bem, mas não estou aqui para falar de trabalho. Que história é essa de que você expulsou meu filho da sua casa? — Que belo homem você criou. Nem esperou você descansar e já foi correndo para os braços do papai fazer fofoca. — Muito cuidado
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