Sinto um estalo na pele, como se o ar dentro dos muros do castelo fosse impregnado por um veneno invisível, e cada respiração me arranhasse por dentro.
Desde o amanhecer percebo algo estranho, o silêncio entre as sombras parece carregado de presságios, e o odor do lugar soa contaminado, como se segredos sombrios se espalhassem sem barreiras.
É um dia que se arrasta como todos os outros, mas tudo em mim grita que algo mudou, o castelo dos vampiros nunca dorme totalmente, e hoje sinto um formigamento nos sentidos, uma ameaça nos corredores e nas paredes frias.
Sinto a porta da cela sussurrar com o vento, antes de voltar à tarefa monótona, seguro a vassoura tosca e varro o chão de pedra, mas cada grão de pó que levanto parece registrar ecos das correntes que me prendem. O tempo aqui é como veneno lento, corrói qualquer resquício de esperança.
Ainda assim, ouço o cantar dos grilos além das janelas gradeadas e o coaxar distante de criaturas noturnas. Esse som me arrasta de volta a lembra