O silêncio dela dói mais do que qualquer grito.
A porta da boate bate suavemente atrás de Lucy enquanto ela desaparece pela calçada iluminada.
Eu fico parado, imóvel, sentindo a ausência dela me esmagar, como se cada batida do meu coração estivesse do lado errado do peito.
Eu estraguei tudo.
E dessa vez... talvez não haja conserto.
Fico na porta da boate por alguns minutos, como um idiota, observando o espaço vazio que ela deixou para trás.
Cada passo que ela dá longe de mim é uma punhalada lenta.
Meus punhos se fecham.
O que eu esperava?
Que ela fosse ficar?
Que ela aceitasse migalhas, quando o que ela merece é o mundo?
Volto para dentro da boate como um homem quebrado.
As luzes coloridas, a música alta, as risadas bêbadas... tudo me parece um borrão sem sentido.
Nada importa.
Nada além dela.
Caminho até o bar, peço um whisky duplo e fico encarando o líquido âmbar como se ele tivesse alguma resposta para o desastre que eu criei.
Mas não tem.
Porque, no fundo, eu sempre soube.
Sempre