A casa dele está silenciosa. Quase reverente. Como se respeitasse o que está prestes a acontecer entre nós.
Entro devagar, como se ainda estivesse pisando em um território desconhecido — mesmo já conhecendo cada canto dessa sala, cada móvel, cada perfume que paira no ar. Leo vem logo atrás de mim, deixando a chave sobre a mesinha de entrada. Nossos olhos se encontram, e não há mais necessidade de palavras.
Tudo que foi dito lá atrás — no hospital, na estrada, nos silêncios que compartilhamos — agora deságua nesse momento.
— Tem certeza de que quer ficar aqui? — ele pergunta, a voz baixa, rouca, como se receasse quebrar o que estamos reconstruindo.
— Quero. É aqui que eu me sinto segura. É aqui que quero passar a noite. Com você.
Leo se aproxima e para a poucos centímetros do meu corpo. Seu cheiro, sua presença, o calor que emana dele… tudo me envolve de novo como um ímã inevitável. Ele levanta a mão devagar e toca meu rosto com a ponta dos dedos.
— Eu senti sua falta de um jeito que n