A cafeteria estava cheia naquele fim de manhã. As mesas ocupadas, o barulho constante das xícaras se chocando contra os pires, o cheiro do café fresco misturado com o doce recém-saído do forno. Era mais um dia comum de trabalho, daqueles que me mantêm no automático, cumprimentando clientes, registrando pedidos, sorrindo com delicadeza. Eu tentava manter a mente focada ali, mas o peso dos últimos dias não desaparecia. Matt rondava meus pensamentos como uma sombra insistente, ainda que eu não quisesse dar espaço para isso.
Foi quando senti a vibração no bolso do avental. O celular tocava. Olhei em volta para ter certeza de que ninguém precisava de mim naquele instante e pedi licença ao gerente para atender nos fundos.
— Oi, Jesse? — falei, já apreensiva.
A voz dela veio ansiosa do outro lado.
— Tori, desculpa ligar no meio do seu expediente, mas a Cori está com febre de novo. Eu já dei antitérmico, como você orientou, mas não baixou. Ela está quente, muito quente. Estou ficand