O silêncio naquela sala era o tipo que pesava nos ossos. Eu conseguia ouvir o som da máquina de ar-condicionado, o estalar do relógio na parede e o próprio coração batendo dentro do peito. Matt estava sentado ao meu lado, a mão dele apertando sua própria mão, firme, quente, quase como se tentasse impedir de desmoronar-se antes da hora.
Lucile entrou com aquele semblante profissional, mas os olhos — ah, os olhos dela entregavam a seriedade do momento. Um envelope em mãos, o barulho seco do papel contra a mesa, e o ar pareceu mudar de densidade.
— Temos o resultado — ela disse, com calma cirúrgica.
Matt endireitou-se na cadeira. Eu senti o corpo dele endurecer, como se o simples ato de respirar exigisse força demais.
Lucile abriu o envelope e respirou fundo antes de continuar:
— Vocês dois são compatíveis. Cinquenta por cento, cada um.
Por um instante, não entendi o que ela quis dizer. As palavras chegaram, mas meu cérebro parecia incapaz de processar. Então, ela olhou p