O tempo dentro do hospital parecia se arrastar num compasso doloroso. Uma semana havia se passado desde o diagnóstico, e eu já não sabia mais distinguir dia de noite. O som dos respiradores, o vai e vem dos enfermeiros, o cheiro de antisséptico grudado nas paredes. Tudo se misturava à minha rotina como se fosse parte de mim.
Alguns exames de Cori tinham chegado, outros ainda não. Os mais importantes, os que realmente poderiam mudar alguma coisa, seguiam em análise. A cada ligação que Lucile recebia do laboratório, meu coração disparava, como se eu estivesse prestes a ouvir a sentença final. Mas os resultados demoravam, e a incerteza se tornava uma espécie de tortura silenciosa.
Matt vinha quase todos os dias. Entrava no quarto, sentava ao lado da cama da Cori, e ficava ali, observando-a, segurando a mão dela. Conversava com Lucile, perguntava sobre os medicamentos, sobre as chances, sobre os exames. Mas não olhava pra mim. Era como se eu fosse invisível. E talvez, naquele moment