Fiquei dois dias sem colocar os pés na cafeteria. Mandei mensagem dizendo que estava doente, o que não era totalmente mentira — só que a doença era aqui dentro, onde o peito arde e o ar parece doer quando entra. Ninguém estranhou minha alegação. Talvez tenham pensado que eu só precisava de descanso. Talvez ninguém tenha pensado nada, e isso, de certa forma, era até um alívio.
Matt ligou. Várias vezes. Eu não atendi nenhuma. O nome dele piscava na tela como um lembrete cruel do que eu tinha perdido — ou, pior, do que eu nunca tive de verdade.
Passei boa parte desses dois dias tentando decidir o que fazer da minha vida. Demitir-me parecia o único caminho possível. Eu não suportaria vê-lo todos os dias, ouvir a voz dele falando com os funcionários, fingindo que tudo estava normal. E também não queria ser o tipo de mulher que continua orbitando a vida de um homem que já seguiu em frente.
Jesse apareceu na sala depois de dar banho na Cori.
— Quer que eu faça alguma coisa? — pergu