A cafeteria já estava vazia quando me despedi de Nick e Cecile. A noite caía com aquele tipo de silêncio que só existe depois de um dia longo demais — e eu só queria chegar em casa, tomar um banho e deitar com a Cori, fingindo que o mundo lá fora não existia. Mas, assim que atravessei a porta e senti o vento frio da rua, vi uma silhueta parada perto do carro.
Matt.
Meu coração tropeçou dentro do peito. Ele tinha acabado de voltar da viagem, mas o rosto dele não trazia a expressão de alguém que estava feliz por me ver. O semblante estava tenso, cansado, com os olhos mais duros do que o normal. E foi ali, antes mesmo de ele dizer uma palavra, que algo em mim soube que algo estava errado.
— Você chegou — falei, forçando um meio sorriso. — Como foi a viagem?
Ele não respondeu de imediato. Deu um passo à frente, o olhar baixo, as mãos nos bolsos.
— Podemos conversar em algum lugar? — perguntou, a voz rouca, contida.
O ar ficou denso. Mesmo assim, assenti.
— Claro.
Fomos