Os dias sem Matt pareciam mais longos do que deveriam. Era como se o tempo tivesse resolvido andar de muletas, e cada segundo sem ele pesava. Eu me joguei no trabalho como quem se joga na água pra não pensar — e entre relatórios, planilhas e o cheiro doce de café recém-passado, encontrei um jeito de preencher o vazio que ele deixava.
Quando não estava na cafeteria, eu estava com a Cori. E essa era a parte boa. Ela crescia rápido demais, com a curiosidade sempre insaciável, que me lembrava tanto a mim — mas sem as minhas hesitações.
Com o carro novo, a rotina ficou mais fácil, mas as explicações… nem tanto. No primeiro dia, disse que tinha financiado. No segundo, que tinha dado um jeito, que a promoção tinha ajudado. Evitava o assunto o máximo que podia, porque a verdade — de que o carro era presente do Matt — me soava como uma confissão indevida.
Lucile, claro, percebeu. Ela sempre percebe.
Quando me viu estacionar em frente à cafeteria e sair do carro, levantou uma sobranc