Os dias que antecediam ao aniversário da Cori eram um caos doce — aquele tipo de confusão que mistura ansiedade, culpa e laços de amor. Lucile, como sempre, resolveu tomar as rédeas de tudo, dizendo que era madrinha e que tinha “obrigação moral” de bancar a festa da afilhada. Eu até tentei argumentar, mas sabia que seria inútil. Quando Lucile decidia uma coisa, nem furacão mudava o rumo.
— Vai ser no clube do centro — ela disse, empolgada, mexendo no celular e mandando mensagens enquanto falava. — Tem espaço pra brinquedo, buffet infantil e até lago. Cori vai amar.
E ela tinha razão. Eu sabia que Cori ia amar. E eu também sabia que sem Lucile, nada disso seria possível. Então aceitei, meio sem jeito, meio aliviada, e mergulhei nas tarefas: lista de convidados, lembrancinhas, e outras coisas mais básicas. Tudo enquanto tentava manter a cabeça longe de Matt, o que era quase impossível.
Naquela tarde, eu estava na cafeteria, no meu horário de almoço, com o caderno de anotações a