Tori

O cheiro de café recém-moído se misturava ao aroma levemente adocicado dos pães de fermentação natural, preenchendo todos os cantos da cafeteria com uma sensação de conforto quase hipnotizante. Eu me movia entre as mesas com a naturalidade de quem já havia feito daquele espaço um segundo lar. A cafeteria, luxuosa e moderna, tinha apenas alguns meses de inauguração, mas já carregava um charme sutil que atraía clientes fiéis, e eu me orgulhava de fazer parte disso. Entre uma bebida e outra, os pensamentos voavam para Corinne — minha pequena Cori — brincando em algum canto seguro da minha casa, com a babá, provavelmente enfileirando seus brinquedos com a paciência que eu ainda não dominava em mim mesma.

O sino da porta soou, anunciando a entrada de alguém. Olhei e vi Lucile, com os olhos marcados pela exaustão de plantões longos demais, os cabelos um pouco desalinhados e a expressão que implorava silenciosamente por uma cama e algumas horas de sono. Ela fez um aceno rápido e pa