Lucile
O vento frio da noite bateu no meu rosto quando atravessei os portões da faculdade. Eu me sentia exausta, como se as aulas tivessem drenado toda a minha energia e paciência. Ainda assim, bastou erguer os olhos para que toda a fadiga evaporasse.
Russ estava ali. Encostado no carro, impecável, charmoso, dono de uma presença que parecia reorganizar o mundo ao redor. Meu coração, traidor, se apressou a denunciá-lo.
Não consegui segurar o sorriso. Caminhei até ele, tentando manter um mínimo de controle sobre mim mesma.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, arqueando a sobrancelha, como se fosse possível ignorar o óbvio.
Ele me lançou aquele olhar que desarmava qualquer argumento.
— Não se faça de boba, Lucile. — sua voz tinha um timbre grave, carregado de ironia e desejo. — Entre no carro antes que eu faça algo que nos envergonhe em frente a todos esses estudantes.
Cruzei os braços, provocando.
— Eu não te reconheço mais. Onde está o Russ que eu conheci?
U