Lucile
Assim que Russ vai embora, o apartamento parece maior do que realmente é. Silencioso demais. Tento não pensar nele, no pedido de casamento, nas palavras que ainda ecoam em mim, e concentro meus pensamentos na minha mãe. Talvez seja hora de contar a ela sobre mim e Russ. Já não é segredo para ninguém, e eu sei que ela já desconfia só de olhar nos meus olhos.
Escolho uma roupa simples, prendo o cabelo em um coque malfeito e sigo para o hospital. No caminho, ensaio mentalmente como começar a conversa. “Mãe, eu e Russ…” Mas cada vez que penso, meu coração dispara.
Quando chego, percebo que não é o mesmo quarto. Estranho. Pergunto a uma enfermeira, que me leva até outro andar. Entro e paro na porta. Minha mãe está deitada, uma máscara de oxigênio cobrindo o rosto. O peito dela sobe e desce devagar, cansado.
— Mãe… — sussurro, já sentindo a garganta fechar. — O que está acontecendo?
Antes que a enfermeira responda, ouço uma voz familiar no corredor. Viro e vejo Russ. Ele