Lucile
Acordei mais cedo que de costume. O coração já disparava como se eu tivesse corrido uma maratona antes mesmo de sair da cama. O dia tinha chegado. O bendito exame de qualificação.
Antes de ir para a faculdade, passei no hospital para ver minha mãe. Assim que entrei no quarto, o sorriso dela me recebeu — mas era frágil, cansado. Notei as olheiras mais fundas, o jeito como respirava um pouco mais devagar, o corpo mais pesado apoiado contra os travesseiros.
— Bom dia, minha menina. — ela falou baixinho, estendendo a mão para a minha. — Pronta para o exame?
— Nem sei... — tentei sorrir, mas a garganta apertou. — E você? Está se sentindo bem?
Ela demorou alguns segundos para responder, como se cada palavra exigisse esforço.
— São os efeitos do novo tratamento. Tem dias bons e ruins... e hoje é um dos ruins.
Meu estômago revirou, mas forcei uma expressão serena.
— Vai passar, mãe. Deve ser só uma etapa do tratamento. — beijei a testa dela, aspirando o cheiro famil