O jantar terminou mais rápido do que eu gostaria de admitir, talvez porque a cada segundo ao lado de Russ eu me sentia como alguém equilibrando-se em uma corda bamba: com medo de cair, mas fascinada pela vertigem.
Ele me conduziu até a sala de estar. O ambiente era amplo, decorado em tons sóbrios de cinza e marfim, com detalhes em madeira escura que transmitiam sofisticação sem exageros. Havia quadros modernos nas paredes e uma lareira apagada, mas que parecia já ter testemunhado conversas importantes.
— Sua casa é… impressionante — comentei, sem conseguir disfarçar a admiração. Não era apenas bonita. Era elegante, silenciosa, carregada de uma energia que parecia refletir o próprio Russ: contida, mas imponente.
Ele inclinou levemente a cabeça, como se aceitasse o elogio com a mesma educação impecável que sustentava em cada gesto.
— Fico contente que tenha gostado. — Pausou e, com um movimento sutil, pegou uma garrafa sobre o aparador. — Vinho?
— Aceito — respondi, t