RODRIGO NARRANDO
Ela voltou rindo da ligação com a mãe, com o celular ainda na mão e aquele sorriso de canto que ela solta quando tenta esconder que tá feliz. Mas eu já tava aprendendo a ler ela. E naquela hora, dava pra ver nos olhos.
Tava feliz. E mais: tava confortável.
Puxei ela pela cintura de novo e ela se ajeitou no meu colo como se fosse o lugar dela. Como se já fosse rotina. E no fundo… era isso que eu queria.
Ficar com ela assim. Todo dia.
— E aí? — perguntei, só pra provocar. — Como foi a conversa com a sogr… com a tua mãe?
Ela me deu um tapa leve no peito, rindo.
— Ela quer saber tudo. Perguntou até se a gente tá namorando.
— E o que tu respondeu?
— Que não era bem assim… — ela disse, mas me olhou de um jeito que dizia outra coisa.
— Então é o seguinte — falei, ajeitando ela no colo, com as mãos na cintura. — Da próxima vez que ela perguntar… tu diz que sim. Que tu tá comigo. Porque tu tá, Gabi. E eu tô contigo.
Ela ficou em silêncio por uns segundos, só me olhando.
E não