GABI NARRANDO
O coração ainda batia acelerado. A cabeça tentando processar o que ele tinha acabado de dizer.
– Se você quiser… a gente até casa.
Aquilo ficou ecoando dentro de mim como uma promessa bonita demais pra ser verdade.
Mas aí, veio a lembrança.
A tal da Marcela. Aquela cena ainda entalada na minha memória, o jeito que ela tava em cima dele, quase no colo, como se fosse dona de um lugar que não era dela.
Baixei a taça de vinho devagar e respirei fundo antes de encarar ele de novo.
— Mas… e a moça do café? — perguntei, tentando parecer tranquila, mas minha voz saiu meio baixa. — A Marcela. Eu lembro dela quase sentada no teu colo aquele dia.
Ele não desviou. Só me olhou firme, como se estivesse esperando isso.
— Eu não tenho nada com ela, Gabi. Nunca tive. Não tenho nada com ninguém. E se algum dia dei abertura, foi no automático… mas isso acabou. Não existe mais espaço pra esse tipo de coisa agora.
Eu queria acreditar. Parte de mim já acreditava. Mas a outra… ainda tava mac