RODRIGO NARRANDO:
Acordei com a luz do sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina. Ainda tava cedo, mas o calor que vinha do corpo dela encostado no meu era melhor que qualquer cobertor.
Abri os olhos devagar, sem pressa. O braço dela ainda tava atravessado no meu peito, a perna enroscada na minha, e o rosto escondido ali no espaço entre meu pescoço e o travesseiro.
Ela dormia tranquila.
A respiração lenta, os lábios entreabertos, o cabelo bagunçado. Linda. Natural. Minha.
Fiquei um tempo só olhando. Gravando cada detalhe. Porque, sei lá… parecia cena de filme. E eu nunca fui de romantizar nada, mas com ela era diferente. Desde o começo.
Desde o primeiro toque, o primeiro olhar atravessado no corredor da empresa, eu já sabia que Gabi era outra parada.
E agora, com ela ali… deitada no meu peito como se tivesse nascido pra isso, tudo fazia mais sentido.
Passei a mão devagar nas costas dela, fazendo carinho, sem querer acordar. Mas ela se mexeu, encolhendo os ombros e soltando um re