No dia seguinte à feira, Rafael acordou com um sorriso bobo no rosto, daqueles que nascem quando o peito tá tão cheio que parece até que vai explodir.
Valentina dormia ao seu lado, os cabelos bagunçados espalhados no travesseiro como um mapa do caos mais lindo que ele já viu. O colarzinho que ele deu — aquele com o coração torto e o raio — brilhava discreto no pescoço dela, como se dissesse: "ela é minha casa agora".
Bruce roncava aos pés da cama com as patas pro alto, e Conde de Meow espreguiçava com ar blasé, tipo: "Até que enfim vocês dois se entenderam, seus humanos lentos..."
Rafael não conseguia parar de olhar. Aquela cena comum — um quarto bagunçado, um cachorro fedendo a feira, uma gata soberana e o amor da vida dele deitada a poucos centímetros — parecia mais mágica do que qualquer final de comédia romântica que ele já tinha assistido.
Com cuidado, passou a ponta dos dedos pelo rosto de Valentina, traçando a curva da bochecha até a ponta do nariz. Era ali que ele queria e