O salão cintilava sob o brilho dos lustres de cristal, mas Beatrice mal percebia. Seu coração ainda pulsava em descompasso pela dança com o marquês. Cada passo que dera ao lado dele, cada olhar trocado, cada respiração compartilhada parecia ter gravado nele um traço invisível — como se estivessem ligados por uma força que nenhum dos dois ousava admitir em voz alta.
Ela buscou refúgio perto de uma das grandes janelas, fingindo contemplar o jardim iluminado pela lua. A brisa noturna escapava pelas frestas, trazendo-lhe um frescor que não a acalmava em nada. Muito pelo contrário — fazia o sangue correr mais rápido, lembrando-a de que estava viva demais, consciente demais do efeito que Oliver Cavendish tinha sobre ela.
Mas o próprio marquês não parecia disposto a deixá-la em paz. Como se tivesse sido atraído por um ímã invisível, aproximou-se com passos calculados, sua presença preenchendo o espaço ao redor dela antes mesmo de pronunciar qualquer palavra.
— Fugindo de mim, senhorita Fairw