Vincent
continuação...
A luz do abajur lançava um brilho suave sobre a pele dela.
Mirella dormia de lado, uma das mãos sobre a barriga, a respiração calma, ritmada, como se a paz existisse pelo menos ali, entre aquelas quatro paredes.
Eu a observei por longos minutos antes de entrar. Não queria acordá-la.
Queria guardar aquela imagem, congelar no peito a lembrança dela viva, inteira, carregando nosso filho com uma força que me humilhava.Ajoelhei ao lado da cama e toquei sua mão devagar. Ela se mexeu levemente e, antes que pudesse recuar, seus olhos se abriram , sonolentos, mas alertas, como sempre.
— Vincent? — sussurrou.
— Estou aqui baby . — respondi, minha voz mais baixa que o vento lá fora. Ela estendeu a mão para mim. Eu segurei.
— Você está gelado. — murmurou me puxando para mais perto. — Teve outra reunião? Assenti, tentando sorrir.
— Com meu pai. Ela franziu o cenho. Sabia que isso nunca significava conversa fácil.
— O que ele disse?
— Que eu preciso parar de agir c