Vincent
O ódio tem gosto, Amargo, Ferroso.
Sabe a sangue e fumaça. Sabe a impotência engolida com os dentes cerrados. Ver aquele maldito ursinho sobre a cama de Mirella… aquele bilhete com uma ameaça velada, escrita com tinta barata, como se meu império fosse um circo de amadores aquilo acendeu algo em mim que nem todas as guerras que já travei haviam conseguido.
Quiseram ameaçar o que tenho de mais precioso. Quiseram atravessar a porta da minha casa, sorrateiros, achando que a minha atenção estava desviada. Achando que, só porque abaixei a guarda por um segundo pra respirar… pra amar… eu deixei de ser quem sou. Idiotas.
O homem que tocou naquela varanda não existe mais. Mandei arrancar tudo o que era dele. Nome, digital, rosto. O que sobrou foi enterrado longe. Os ratos que o contrataram sentirão o recado. Ou pelo menos… deveriam. Mas isso não basta.
Porque ainda sinto o gosto do medo nos olhos de Mirella. A tensão no corpo dela enquanto tenta parecer forte. E o pior eu cog