Mirella
Continuação ...
Alguns dias depois, acordei no meio da noite com um incômodo estranho. Não era dor, nem exatamente medo. Era uma inquietação, um pressentimento. O tipo de sensação que aprendi a não ignorar depois de tudo que vivi.
Me levantei devagar, tentando não acordar Vincent, que dormia profundamente, a mão ainda sobre minha barriga como se fosse meu escudo, tirei com cuidado . Caminhei até a varanda do quarto e respirei o ar fresco da madrugada. O céu estava limpo, salpicado de estrelas. Tudo parecia calmo demais. E isso, para mim, era o verdadeiro alerta. Vincent apareceu minutos depois, com os olhos ainda semicerrados de sono, os cabelos bagunçados.
— Dom está bem? — ele perguntou, com a voz rouca, vindo até mim.
— Está… eu só… senti algo estranho. Um arrepio.
Ele passou o braço pelos meus ombros, me puxando para perto. Ficamos assim por longos minutos, em silêncio, apenas ouvindo a brisa e nossos próprios pensamentos.
— O que foi, meu amor? — sussurrei, notando a rig