— Mano! — Pietro exclamou, assustado. — Você tá bem?!
O velho mestre ficou paralisado.
Por um instante, parecia não entender o que acabara de acontecer. Desde pequenos, Pietro sempre fora o alvo das broncas e castigos, mas nunca, em todos aqueles anos, tinha visto o irmão mais velho — o sempre calmo e inabalável Pitter — ser ferido daquela forma.
Era como assistir à queda de um muro que todos acreditavam impossível de derrubar.
Pitter limpou o sangue no canto da boca com as costas da mão e respondeu, em tom firme, mas sem gritar:
— Prefiro que Théo tivesse morrido naquele acidente a vê-lo viver do jeito que vive agora.
— Você... você... — o velho mestre levou as mãos ao peito, cambaleando para trás, o rosto tomado por um misto de dor e incredulidade.
Madalena Kléo correu para ampará-lo, com o olhar marejado.
— Pitter, você passou de todos os limites! Mesmo que seu pai e eu tenhamos errado, isso não te dá o direito de dizer tamanha crueldade! O que poderia ser mais importante do que es