A expressão de Pitter suavizou no instante em que Amara entrou no quarto, como se um peso invisível tivesse sido tirado de seus ombros.
— Terminou o trabalho? — perguntou, a voz mais branda do que de costume.
— Sim, quase pronto. — Amara respondeu, aproximando-se da cama. Com delicadeza, ajudou Théo a se acomodar sob as cobertas.
O menino, que momentos antes rejeitara o livro de contos de fadas, agora o segurava firme com as duas mãos e o oferecia a ela.
— Quer que eu continue de onde paramos ontem? — Amara sorriu.
Théo assentiu com pressa, ainda agarrado a ela.
— Muito bem. Hoje vamos ler sobre o coelhinho educado.
Ela limpou a garganta e começou a narrar, sua voz suave preenchendo o quarto como uma melodia:
— “No calor do verão, os pássaros e as árvores sussurravam: ‘Está quente!’ O lindo coelhinho branco, com sua saia florida, cantarolava uma canção enquanto saltitava sobre uma ponte. Ele estava a caminho de colher cogumelos...”
Enquanto Amara lia, Pitter permaneceu sentado em uma p