A noite tinha se despedido lentamente sobre os vinhedos, e a bruma da manhã se erguia como um véu sobre as parreiras. O vento frio trazia o cheiro da terra úmida, misturado com o aroma suave das uvas recém-colhidas. O silêncio era quase sagrado.
Na varanda principal de Montevino, Matteo observava o horizonte, segurando nas mãos o caderno azul de Isabella. As palavras escritas ali pareciam pulsar com uma energia viva, como se o papel respirasse memórias.
Aquela garrafa encontrada — o “Vinho Esquecido” — não saía de sua cabeça.
Ele sabia que não era apenas uma relíquia. Algo naquela garrafa parecia contar uma história inacabada.
Quando os primeiros raios de sol tocaram o vale, Matteo tomou uma decisão.
— Eu preciso descobrir o que esse vinho significa — murmurou, firme, encarando o rótulo ausente, a data gravada à mão, o nome que soava como um sussurro: Isabella, 2002.
1. As Pistas de Isabella
Matteo desceu até o porão de envelhecimento, o coração subterrâneo de Montevino. O local er