O vento da Toscana parecia sussurrar boas-vindas quando o carro prateado cruzou os portões de ferro forjado que levavam à Montevino. As parreiras, já maduras e repletas de cachos roxos, balançavam sob a brisa suave de fim de tarde. Sofia observava a paisagem pela janela, o rosto iluminado pelo sol dourado que se despedia atrás das colinas. Ao lado dela, Rodrigo dirigia em silêncio, com um leve sorriso nos lábios — aquele mesmo sorriso calmo e seguro que sempre a fazia sentir-se em casa, não importava o lugar.
— Faz tanto tempo… — murmurou ela, tocando o vidro. — E ainda parece o mesmo.
Rodrigo lançou-lhe um olhar terno. — Alguns lugares não mudam, amor. Só ficam mais cheios de lembranças.
Montevino. A casa, as colinas, os vinhedos. O lar onde tantos sonhos haviam nascido — o de Victor, o de Isabella, o deles também.
Agora, dez anos depois, Sofia e Rodrigo voltavam não como visitantes, mas como parte da história que ajudaram a construir.
Quando o carro parou diante da casa principal, a