Obs: Aqui você vai encontrar duas histórias emocionantes. A primeira conta a vida de Marcos e Beatriz, a segunda é a sequência com os filhos. Anna Beatriz Ávila é uma jovem mulher que tem feridas de uma vida de dor e sofrimento. Apesar das cicatriz que carrega com sigo, ela nunca deixou se abalar, trabalha há cinco anos na empresa da família Collen, uma das mais ricas e prestigiadas de Nova York. Quando um novo chefe assume a liderança de seu setor, Beatriz sente uma atração inexplicável por ele, mas sabe que não pode se permitir envolver-se com alguém em meio aos problemas que enfrenta, agindo assim como a profissional modelo, sem dar espaço para que ninguém fale sobre ela. Mas um dia tudo mudou, Beatriz se vê desesperada para conseguir o dinheiro que falta para a cirurgia do afilhado Ravi, sem saída acaba recorrendo a seu chefe Marcos, porém um acordo fora do comum a pegou de surpresa. Sem tempo para pensar, ela aceita passar uma noite com ele em troca do dinheiro. Marcos Collen, é um homem rico e poderoso, acostumado a ter tudo o que deseja e sempre age com inconsequência, tentando assim esconder seu passado, que foi marcado por cicatrizes onde o tornou desacreditado no amor. Após passar a noite com Beatriz, Marcos se vê tomado por sentimentos que há muito tempo estavam adormecidos em seu coração. No entanto, ao descobrir a verdade por trás do empréstimo, sua vida se transforma em um verdadeiro inferno, onde seu maior inimigo é sua própria mente. Quando Beatriz decide recomeçar indo embora para Filadélfia, ela não imaginava que aquela única noite uniria Marcos e ela em um laço eterno. Será que o amor poderá redimir as dores que se arrastam com o tempo?
Ler maisAnna Beatriz Ávila e Letícia Brown compartilham uma amizade inseparável desde a infância. Apesar da vida não ter sido facil com as duas, elas se apoiaram mutuamente, enfrentando o luto e o abandono. Letícia foi expulsa de casa aos 17 anos por engravidar, acreditando que o homem que ela amava fosse apoia-la, ele se negou manter contato com Letícia, ofertando até um aborto. Desolada e desamparada, encontrou refúgio na velha casa de Elisa, falecida mãe de Beatriz.
Quando Ravi, filho de Letícia, nasceu, Beatriz foi seu apoio em todos os momentos. Acompanhou nas consultas, vibrou com cada chutinho e ajudou a escolher o nome. Hoje, Ravi tem 5 anos e as duas vivem unicamente para cuidar dele. Mas o destino muitas vezes tende ser cruel com quem não merece. Ravi foi diagnosticado com Leucemia quando tinha apenas quatro anos. O mundo das duas desabou. Cada dia no hospital era uma batalha contra o tempo. A quimioterapia esgotava o pequeno, e as duas amigas não aceitavam do por que uma criança ter que sofrer tanto. ... Naquela manhã, Beatriz não esperava que estaria sentada num consultório médico ao lado de sua melhor amiga Letícia, por uma ligação urgente do hospital. Seus pensamentos estavam distantes, a dor se misturando com as palavras do médico, que começou a atualizar o quadro clínico de Ravi. — Tenho algumas notícias sobre Ravi, que precisam ser discutidas com urgência. Infelizmente, o quadro dele piorou e a única opção viável no momento é um transplante de medula óssea, com maxima de urgência possível. O tratamento que ele está recebendo atualmente já não está sendo eficaz. — A voz do médico ecoava pela sala, tirando Beatriz do seu angustiante transe. — Por que isso está acontecendo? Ele tem apenas cinco anos, não merece estar passando por isso. — Sussurra Beatriz, não aceitando o quanto a vida está sendo cruel para o menino. — Meu Deus... um transplante? Isso não pode ser verdade... não pode.— Letícia murmura sentindo o medo tomar conta do seu ser. — Infelizmente, essa é a única alternativa para o estado dele! — Quais são as opções de tratamento... e doutor, meu filho vai sentir dor? Ele vai se curar depois do transplante? E quanto vai custar?— Letícia pergunta agarrando firmemente a mão da Beatriz com medo das respostas. — Olha, é uma cirurgia delicada, não tenho como garantir que não tenha riscos. O custo do transplante pode variar. Recomendaria verificar com o setor financeiro do hospital para mais informações. As chances de sucesso do transplante dependem de vários fatores, como a compatibilidade da medula do doador, a saúde geral do paciente e a resposta do corpo ao procedimento e também o tempo é essencial para a recuperação. Infelizmente, existem riscos associados ao transplante, como infecções, rejeição da medula e a possibilidade de complicações pós-operatórias. — Doutor, estamos dispostas a fazer tudo o que for necessário para salvar nosso menino. Não importa o preço. Só salve ele.— Beatriz implorou segurando nas mãos do médico, que se surpreendeu com o gesto. Elas saíram da sala do médico com um misto de preocupação e medo, após uns minutos abraçadas, tentando acalmar uma a outra, elas caminham até o setor financeiro do hospital para se informarem os custos. — Com o tratamento que ele já iniciou, a internação, medicamentos e o transplante, inicialmente o valor está em $800 mil dólares se não houver nenhuma alteração no decorrer do tratamento.— disse o atendente com o olhar de compaixão. — Não está vem do errado? Como é possível ser tudo isso?— Letícia pergunta extremamente assustada com o valor. Beatriz olhava para a amiga com os olhos exalando medo. — Eii... Nós vamos conseguir esse dinheiro. Não importa como, mas vamos conseguir.— Beatriz fala tentando acalmar a amiga.— Por favor, marquem o quanto antes o transplante, que vamos dar o nosso jeito. — Desculpe! Para conseguirmos dar seguimento aos procedimentos precisamos de pelo menos a metade do valor. — Mas não temos esse dinheiro, é impossível conseguir de uma hora para outra! O que vamos fazer Bia? Meu Deus, eu não posso perder meu filho.— Leticia sussura, levando as mãos no rosto e o cobrindo a boca para abafar seu choro. Elas sente a angústia tomar conta. — Vocês preferem ver uma criança agonizando... tudo por que não temos o dinheiro? Se não conseguirmos o valor, vocês vão deixar nosso menino morrer?— Beatriz pergunta sentindo seu coração apertar, a sensação de impunidade e injustiça estava presente em seu olhar. O desespero tomava conta de Letícia e Beatriz enquanto elas viam o estado de saúde do pequeno piorar a cada dia que passava. Apesar de terem conseguido arrecadar atravez de doação, rifas e bondade de algumas pessoas o total de duzentos mil dólares, a diretoria do hospital se mostravam irredutíveis em sua decisão de não realizar a cirurgia sem ter o pagamento necessário. Letícia e Beatriz bateram de porta em porta pedindo doações, implorando para cada conhecidos e desconhecidos. Elas apelaram para a bondade e compaixão dos profissionais de saúde, mas todas as suas súplicas foram ignoradas. Os médicos alegavam que o quadro clínico de Ravi era muito delicado e que a demora em fazer o transplante poderia colocar sua vida em risco, onde o desespero foi aumentando. Beatriz decidiu ir no último lugar que ela queria estar, na casa da mãe de Letícia. Assim que a governanta abre a porta, Beatriz espera de pé no meio da enorme sala da mansão, seus olhos percorriam toda a dimensão do cômodo, angustiada e ansiosa, mesmo sabendo o quanto ela era uma pessoa difícil, Beatriz estava esperançosa de enfim conseguir o dinheiro. — Olha só quem veio me visitar na minha humilde resistência. — Boa tarde, senhora. Se permitir, queria um minuto do seu tempo— Beatriz diz um pouco amedrontada, mas com a determinação nas palavras. — Sem enrolação, me diz o que lhe trás aqui. Cansou de carregar a inútil da minha filha nas costas?— Morgana diz com um sorriso perverso. Beatriz olhou para a mulher na sua frente e suspirou pesadamente. — Não vou tomar muito seu tempo. Eu vim pedir um empréstimo. Ravi, seu neto está precisando fazer uma cirurgia e não temos o dinheiro... Morgana solta uma gargalhada com o que ouviu. Beatriz aperta seus dedos na alça da bolsa fortemente, sentindo o desprezo no olhar dela. — É muita petulância. Você acha mesmo que vou desperdiçar meu dinheiro nesse fedelho? Jamais! Arrume outra trouxa para cair nesse golpe. — Mas senhora, eu não estou pedindo que me de esse dinheiro, eu preciso somente de um empréstimo. Eu lhe imploro, a vida do seu neto depende disso. Com um sorriso malicioso Morgana se aproximou, cruzando seus braços e a encarando fixamente. — Implora? Deixe me ver o quanto está disposta a conseguir esse dinheiro. — Faço qualquer coisa, não importa o que seja.— Beatriz sussurrou sem desviar os olhos dos dela. — Ajoelha-se ao meus pés.— Morgana cuspiu as palavras e a olhou desafiando-a. Os olhos de Beatriz se encheram de lágrimas, porém o desespero que ela estava sentindo era maior que sua dignidade, com um suspiro doloroso, ela abaixou a cabeça e ajoelhou- se no chão. Morgana sentou, ainda com um sorriso satisfeito no rosto e empurrou Beatriz com o pé. Ela olhou assustada, se sentindo humilhada, porem aguentou firme. — Tenho que admitir que você é uma boa amiga. Mas não vou emprestar nada. Levantasse e se retire da minha casa. As mãos de Beatriz tremiam de raiva e ao mesmo tempo de desespero, ela era a última saída para conseguir o empréstimo. — Por favor... Não temos mais para onde recorrer, senhora, Ravi tem seu sangue, é seu neto, por favor. — Eu não tenho filha, quem dirá um neto. Segurança, acompanhe essa jovem até ao portão e certifique-se dela nunca mais por os pés aqui. O segurança em silêncio segurou no braço de Beatriz com um pouco de pressão que a fez gemer de dor. Mesmo com ela implorando, Morgana não queria ouvi -la. — Você ainda vai se arrepender por isso.— Beatriz gritou antes de ser jogada para fora do portão. Sem ter para onde recorrer, Beatriz sentia-se impotente diante da situação. Ela se perguntava como era possível viver em um mundo onde o dinheiro parecia resolver tudo, a vida de uma criança fosse deixada de lado por questões burocráticas e protocolares.— Não me resta mais opções, talvez ele possa me ajudar. — Murmura para si mesma, considerando a possibilidade de pedir um empréstimo ao seu chefe.O relógio parecia zombar da paciência de Adam. Os ponteiros avançavam devagar demais para o ritmo frenético dos seus pensamentos. O escritório estava cheio de barulho, mas, dentro dele, só havia ruído branco. Papéis acumulavam-se sobre a mesa. E-mails não lidos. Reuniões adiadas. O mundo girava, mas ele não se movia. Desde a conversa com Oliver, Adam não conseguia respirar direito. Elisa tinha desaparecido. E ele não fazia ideia de onde procurar. Heitor e Ethan, incansáveis, vasculharam endereços, hotéis, redes sociais, câmeras de segurança. enquanto Oliver ligava para conhecidos influentes, contratava investigadores, exigia acesso a registros privados. Nenhum deles parava para comer. Ou dormir. Ou pensar duas vezes. Na cabeça deles, Elisa estava em perigo, poderia ter sido sequestrada ou pior, morta. E o tempo era um inimigo impiedoso contra a falta de notícias. Adam olhou para a tela do celular pela centésima vez, esperando uma mensagem. Um sinal. Qualquer coisa. A tela apag
Adam franziu a testa, a voz saindo firme, mas já contaminada por um pressentimento incômodo: — Quem era? Eduardo respirou fundo, tentando organizar os detalhes na cabeça. — Não disse o nome. Mas o comportamento... era suspeito desde o primeiro segundo. Estava toda coberta, lenço escuro, óculos grandes demais, um casaco pesado que não combina com calor absurdo que fazia hoje de manhã. E andava depressa, olhando pros lados, medindo os passos, evitando as câmeras do saguão. Oliver enrijeceu o corpo. As mãos se fecharam em punhos, os olhos se estreitaram até virarem fendas afiadas. — Você chegou a ver o rosto dela? — Quase nada. Só fragmentos. Mas tinha algo na maneira como ela parava... os ombros rígidos, os olhos alertas demais. Não parecia alguém que veio fazer uma visita cordial. Foi direto perguntando se a senhora Elisa já estava no prédio. Quando respondi que não, ela virou e sumiu. Parecia alguém fugindo antes que a reconheçam. Um silêncio brutal caiu entre os três. Adam le
No dia seguinte, o relógio já marcava mais de duas da tarde quando Oliver atravessou a entrada da empresa com os ombros tensos e o olhar turvo de preocupação. Não havia espaço para hesitação. Algo estava errado. E ele sentia isso no fundo da alma. No corredor da presidência, encontrou Adam de pé, em frente à mesa de Eduardo, o secretário de Elisa. Ambos trocavam poucas palavras, mas o clima ao redor era denso, quase palpável. Adam apertava o celular nas mãos com força. A testa franzida, o maxilar travado. — Alguma notícia? — perguntou pela décima vez, sem disfarçar a aflição. — Ela não atendeu nenhuma ligação. Nem respondeu mensagens. Isso não é normal, Eduardo. A Elisa não desaparece assim. Eduardo abaixou os olhos, a voz baixa, hesitante. — Cheguei cedo. A sala dela estava do mesmo jeito de sempre. Organizada. Intocada. Mas os projetos que deixei ontem à noite... já não estão mais lá. Acredito que ela tenha passado por lá. Pegado tudo. E saído antes de qualquer um chegar.
O carro estacionou diante do prédio com um rangido de pneus que rasgou o silêncio da noite. Elisa mal lembrava do caminho até ali. Cada farol foi um borrão, cada esquina, um susto. Mas agora estava em casa. Ou, pelo menos, no lugar onde deveria se sentir segura. Subiu pelo elevador como quem carregava chumbo nas pernas. As mãos ainda trêmulas. O celular pressionado contra o peito, como se pudesse protegê-la de algo maior. Assim que a porta do apartamento se fechou atrás dela, Elisa girou as trancas e encostou a testa na madeira. Só então deixou o ar sair dos pulmões. Ela estava sozinha. Mas a solidão naquela noite parecia mais acolhedora do que qualquer presença. Foi até o quarto. Tirou os sapatos no caminho, deixando um deles cair de lado, abandonado. A bolsa deslizou do ombro e caiu no sofá. Seus sobrinhos estavam em perigo. E ela não podia esperar. Com os dedos ainda gelados, Elisa pegou o celular. A lista de contatos parecia longa demais, mas ela já sabia para quem prec
A noite chegou sem cerimônia, trazendo consigo o peso do que havia sido sufocado durante o dia. Elisa chegou em casa exausta, mas não era o corpo que doía, era a alma pulsando em estado de vigília. O dia inteiro ela se manteve em pé por teimosia, fingindo normalidade enquanto cada célula vibrava com o pressentimento de que algo muito pior ainda viria.Depois de trancar a porta e vasculhar cada cômodo com os olhos, como quem busca segurança em cantos vazios, ela entrou no banheiro. Tirou a roupa devagar, como se o tecido grudado ao corpo ainda carregasse fragmentos de medo. Ligou o chuveiro, e a água quente escorreu pela pele como uma tentativa inútil de desfazer o peso da angústia. O espelho, embaçado pelo vapor, não impediu que ela visse o que mais queria evitar: a si mesma.Olhos vermelhos. Olhar de quem dorme pouco e pensa demais. Elisa passou os dedos pelo rosto, tentando apagar a sensação de que tudo ao redor estava prestes a explodir.— Você não pode fingir que nada aconteceu. —
O sol da manhã filtrava-se pelas janelas de vidro da empresa, dourando o chão como se quisesse disfarçar o peso daquela nova realidade que Elisa carregava no peito. Mesmo depois da noite intensa com Adam, mesmo após a ameaça cruel de Lívia, ela decidiu não se esconder. Ao atravessar a entrada do prédio, Elisa viu Adam esperando por ela próximo ao elevador. Os olhos dele brilharam ao encontrá-la, e num impulso, ele se aproximou, segurou seu rosto com carinho e a beijou ali mesmo, diante dos funcionários que sorriam de alegria por ver Elisa com Adam. — Achei que víria mais tarde. Te liguei e seu celular caiu na caixa postal. — sussurrou contra os lábios dela, sorrindo. — E perder esse beijo? Nem pensar. — Ela tentou sorrir, mas não havia o mesmo brilho no olhar. Adam notou. — Está tudo bem? Parece um pouco pálida. — Ele franziu a testa, observando-a com atenção. Ela assentiu, desviando o olhar, e os dois seguiram lado a lado até o elevador. O gesto parecia normal, cotidiano. M
Último capítulo