Quando o portão se fechou atrás de Víctor, o burburinho recomeçou. Professores cochichavam, alunos apontavam, e Laura permanecia imóvel no chão, afogada em sua própria vergonha.
Eu respirei fundo, guardei o exame de volta na bolsa e, sem dizer mais nada, caminhei para fora da escola.
Sabia que ainda havia uma longa batalha pela frente: com Renato, com o passado, com a gravidez incerta. Mas, naquele dia, pelo menos, eu havia reconquistado algo que parecia perdido: a minha voz.
E, no fundo, sentia que aquela era apenas a primeira briga de muitas que viriam.
Na manhã seguinte, acordei com a sensação de que o mundo inteiro estava colado à minha janela. A fofoca corria mais rápido que o vento, e eu sabia que, em cidades pequenas, ninguém perdoava um espetáculo daqueles. Laura havia sido desmascarada, e eu… bem, eu era a protagonista de mais um escândalo que alimentaria conversas por meses, talvez anos.
O telefone da clínica não parava de tocar. Pacientes desmarcavam consultas sem dar justi