Ele arregalou os olhos.
— O… quê?
— É isso mesmo. Grávida. — Eu passei a mão pelo ventre ainda liso. — E sabe qual é a pior parte? Eu não tenho ideia de quem seja o pai.
Renato levou as mãos à cabeça, em choque.
— Pode ser meu…
— Ou pode ser do Víctor. — ri, de puro desespero. — Ou do meu ex-marido.
O silêncio caiu sobre eles, pesado como pedra.
— Helena, se for meu, eu juro que vou cuidar de vocês dois. Vou ser o melhor pai que essa criança pode ter. — ele se aproximou, a voz embargada. — Eu te amo, e nada disso muda o que sinto por você.
Recuei mais uma vez, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Mas muda para mim, Renato. Você mentiu. Me usou. Me fez acreditar que estava do meu lado quando, na verdade, estava manipulando tudo.
Ele tentou falar, mas eu ergui a mão, firme.
— Eu preciso de tempo. Preciso respirar. Preciso entender como vim parar nesse abismo de novo.
Sem esperar resposta, passei por ele e saí da sala. O corredor parecia girar em volta de mim, mas continuei andando, um pass