Ele me viu.
E foi o suficiente.
Do outro lado do salão, Carlos Ricci congelou.
Por um segundo — um mísero segundo — o brilho no olhar dele apagou.
O sorriso, até então impecável, desandou.
E no lugar do homem seguro, calculado, encantador, eu vi… o pânico.
Respirei fundo e mantive o queixo erguido.
Aston, ao meu lado, deslizou a mão suavemente pelas minhas costas nuas, num gesto sutil que parecia casual, mas era tudo, menos isso. Era presença. Era proteção. Era aliança.
— Vai ficar tudo bem. — ele sussurrou no meu ouvido.
Eu apenas assenti.
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O lugar era absurdamente elegante. Lustres cintilando acima de nossas cabeças, taças de cristal, perfume francês no ar. Tudo muito claro, muito bonito, muito... falso.
Como o próprio Carlos.
Mas eu me mantinha centrada.
Porque hoje, eu não era só a Adeline Moretti.
Eu era a mulher que ia destruir aquele babaca com a própria arrogância.
Foi então que vi Antony entrando pela lateral do salão.
Sozinho. De terno escuro, semblante neutro, como se est