O mundo havia se partido em mil pedaços.
Eu estava no chão. Joelhos ralados, palmas das mãos úmidas do frio do piso, a visão embaralhada pelas lágrimas que não paravam de cair. A minha bolsa havia voado longe, meu celular estava destruído, e o único som que preenchia meus ouvidos era o eco da dor. O caos ao meu redor parecia distante. Como se eu estivesse assistindo tudo por uma película embaçada.
Carlos. Ele tinha gritado comigo. Me empurrado. Me chamado de inútil. Disse que nunca me amou.
E eu... eu amava ele. Acreditei nele. Contra todos. Contra meu pai. Contra Adeline. Contra o mundo inteiro.
E agora ele estava ali. Apontando uma arma. Batendo. Gritando. Virando o homem que eu mais temia. Que todos me alertaram que ele era. Mas que eu nunca quis ver.
Vi Adeline caída no chão, os cabelos espalhados pelo mármore do aeroporto, os olhos ainda vivos, mesmo entre sangue e machucados. Carlos chutava ela, como se fosse lixo. Como se ela não valesse nada.
E então eu percebi:
Ele nunca fari