Era impressionante como, em eventos assim, as pessoas pareciam atuar.
Sorrisos polidos. Gestos suaves. Vozes baixas e risadas altas demais. Tudo uma coreografia ensaiada. Um teatro onde todos fingem que são felizes, perfeitos, e moralmente inabaláveis.
E, no centro do palco, minha filha — Amanda — prestes a oficializar seu noivado com o maior erro da vida dela.
Mas Adeline Moretti tinha aparecido.
E isso mudava tudo.
A presença dela era como uma rachadura na porcelana.
Pequena. Quase imperceptível.
Mas inevitável.
Eu me aproximei com calma. O copo vazio na mão, o rosto controlado. Aston estava ao lado dela, firme, protetor, observando cada passo como um cão de guarda de terno e gravata.
— Senhorita Moretti. — cumprimentei novamente, com mais intenção desta vez. — Podemos conversar em particular?
Ela hesitou por um segundo. Aston, porém, cruzou os braços e respondeu por ela:
— Vai depender do assunto.
Ergui uma sobrancelha.
— Eu só gostaria de entender melhor algumas questões. Sobre o