Tudo estava indo conforme o planejado. E dessa vez, eu não deixaria que nada desse errado.
O terminal de embarque do Aeroporto Leonardo da Vinci pulsava com o ritmo mundano de despedidas, reencontros e expectativas. Passageiros se aglomeravam nas filas, o cheiro de café forte misturava-se ao leve aroma de perfume caro e comida de avião, e o zumbido de malas sendo arrastadas compunha a trilha sonora de um mundo que não fazia ideia do que acontecia diante dos seus olhos.
Amanda estava ao meu lado, sentada em uma das poltronas acolchoadas próximas ao portão 16A, as pernas cruzadas e uma revista de viagem aberta no colo. Ela sorria distraída, imersa nas fotos coloridas de praias paradisíacas e casais se beijando sob pores do sol. Ah, como ela era fácil de iludir.
Do outro lado, Adeline. Calada. Os olhos fixos em ponto algum, como se estivesse em transe. O rosto ainda trazia a marca do tapa que dei nela, o lábio inferior machucado, e a tensão nos ombros traía o medo que ela tentava esconde