O silêncio do meu escritório contrastava violentamente com a tempestade que se armava dentro de mim. Estava há mais de uma hora diante de três monitores, cada um exibindo informações diferentes: registros de cartões, mapas, dados de GPS, movimentações bancárias. O relógio marcava quase sete da noite, mas eu não havia comido nada desde o café da manhã. A única coisa que me mantinha de pé era a raiva.
E a certeza de que alguma coisa estava errada.
Amanda havia feito uma transação fora do padrão. Uma compra em nome de Carlos Ricci, duas passagens internacionais emitidas por um site americano, e depois, saques em caixas automáticos com um cartão que eu tinha certeza que não era dela. Um valor alto. R$10.000 em dinheiro vivo, retirados em uma agência próxima ao bairro onde Adeline morava.
Senti o estômago gelar.
Peguei o telefone e disquei para Nicolas.
— Diga, Aston. Por favor, me diga que tem notícias.
— Carlos e Amanda estão prestes a embarcar para Nova Iorque. E tem mais: alguém sacou