Naquela manhã, acordei com um frio na barriga que não sentia havia muito tempo. Quando abri a porta do contêiner, Callum já estava ali, parado diante da minha casa nova. Ele tinha um lápis preso atrás da orelha e segurava um maço de papéis.
— Hoje é o dia — disse, sorrindo.
— O dia de quê? — perguntei, mesmo sabendo.
— De terminar tudo — respondeu. — E de você entrar pela porta certa, não pelo canteiro de obras.
Meu coração disparou. Fui até ele, tentando disfarçar a emoção.
— E as outras casas? — perguntei, para mudar de assunto.
— A da June deve ficar pronta em três dias — contou. — A da Deborah também. A minha só falta a pintura e uns ajustes. Mas a sua… — Fez uma pausa, como se quisesse saborear a frase. — A sua tá pronta.
Fiquei um instante em silêncio, absorvendo aquilo. Então, sem pensar, o abracei. Ele cheirava a madeira e café, e por um momento tudo pareceu tão simples que quase doeu.
— Vem — disse ele, quando me afastei. — Vamos ver.
A casa era pequena, mas parecia enorme pr