Naquela manhã, acordei com o som de vozes animadas lá fora. Por um instante, pensei que estivesse sonhando. Mas quando abri a cortina, vi o pátio tomado por bancas coloridas, cordões de bandeirinhas dançando no vento e crianças correndo entre as mesas.
Era o festival.
Me vesti depressa, tentando conter o frio na barriga. Quando saí, June já estava na banca do café, ajeitando xícaras esmaltadas em fileiras perfeitas. O avental azul amarrado na cintura, o cabelo preso num coque alto.
— Dormiu? — perguntou ela, fingindo severidade.
— Tentei — respondi, rindo.
Ela se aproximou e passou o braço pelo meu ombro.
— Hoje é o nosso dia — disse, baixinho. — Ninguém vai estragar.
— Eu sei — falei, com a voz embargada.
A banca da geleia ficava bem em frente à do café. Deborah estava lá, conferindo etiquetas nos potes.
— Não acredito que a gente conseguiu — murmurei, olhando em volta.
— Eu acredito — disse ela, ajeitando um vidro. — Cada pessoa aqui fez isso acontecer.
Callum surgiu carregando um c