O pátio amanheceu mais movimentado que nunca. Caixotes alinhados formavam uma pequena feira improvisada. Sobre eles, potes de geleia com etiquetas escritas à mão, cachos de tomate, alfaces frescas ainda úmidas de orvalho. Deborah caminhava de um lado a outro com a prancheta encostada no peito, fiscalizando cada detalhe como se fosse uma orquestra.
— Eu nunca pensei que ia viver pra ver isso — disse ela, quando passei por perto.
— Isso o quê? — perguntei, ajudando a empilhar potes.
— Esse lugar ser mais que um abrigo — respondeu, a voz baixa. — Virar uma vila de verdade.
June surgiu carregando duas sacolas cheias de laranjas.
— Se me contassem, eu ia rir — disse, sem cerimônia. — Mas olha aí.
— E o mais engraçado — falei — é que parece que sempre foi assim.
Deborah sorriu, sem discordar.
Quando as pessoas das cidades vizinhas começaram a chegar, o clima mudou. Alguns vieram só por curiosidade. Outros trouxeram cestas para trocar: ovos caipiras, queijos, farinha. Uma mulher de Harrison