Os próximos dias passaram como um compilado de imagens. Eu estava envolvida numa névoa densa e corrosiva que não permitia que ninguém se aproximasse.
Sentada na varanda do meu apartamento, eu observava a cidade continuar correndo, nenhuma daquelas pessoas estava ciente da dor lancinante que pulsava dentro de mim. Essa era a parte engraçada de se ter um coração partido: era um inferno pessoal, um fim do mundo contido na sua percepção.
Desde que fui liberada do hospital, William ligou para o meu celular diversas vezes. Eventualmente, eu bloqueei seu número. Sarah tentou falar comigo, Luísa também, enviei algumas mensagens para elas explicando por alto a situação, mas eu não atendi ninguém.
Ninguém exceto minha mãe.
É engraçado pensar como não importa qual a nossa idade, quando tudo fica escuro, quando tudo perde o sentido e nossas esperanças desaparecem, a gente sempre corre pra nossa mãe. Eu contei tudo pra ela, foi uma ligação dolorosa, acho que chorei mais do que falei, mas ela me e