Peguei meu sobretudo e coloquei por cima da roupa larga que estava usando. Desci de elevador com um olhar impaciente, meus pé batendo no chão diversas vezes enquanto minha ansiedade se manifestava.

O que William acha que conseguiria vindo aqui? Não tinha ideia, mas tinha ideia das verdades que eu queria jogar na cara dele e das perguntas que eu queria fazer.

Ele estava mal? Eu também. Ele estava arrependido? Que pena, pensasse antes.

Minha mente acelerava com pensamentos enquanto eu caminhava pelo pátio do condomínio. Acho que nunca andei tão rápido. O vento estava forte, os meus dias tão cinzas e frios pareciam estar se materializando conforme o céu anunciava mais um fim de tarde chuvoso em São Paulo.

William estava estacionado do outro lado da rua, apoiado contra a Mercedes, terno debaixo de um sobretudo que ele havia colocado, provavelmente sentindo os efeitos do vento. Os cachos curtos de seu cabelo preto se agitando, suas mãos enfiadas em seus bolsos.

— O que você tá fazendo aqu